Mulheres que dão no Couro

Carla Coreira resgata tambor de crioula no Centro Histórico de São Luís e chama outras mulheres a ocupar o espaço e a dança.

Carla Belfort tem no sangue a conexão com a cultura popular maranhense. Filha de Mestra Roxa Belfort, caixeira do Divido e também coreira, Carla foi criada em meio à profusão de manifestações culturais populares das quais sua mãe participou. 

Natural de São Luís, do bairro Coroadinho, Carla Coreira, como é reconhecida, é uma das representantes dessa manifestação, genuinamente maranhense, juntando-se aos mestres e mestras que carregam o ofício de perpetuar o tambor de crioula em suas comunidades. 

O vínculo com a manifestação a fez mobilizar a recuperação da Praça da Faustina – localizada no Centro Histórico da capital maranhense -, com a criação da Capelinha de São Benedito. 

Antes, o espaço estava abandonado, servindo apenas como repositório de lixo. Com a ação de Carla, o lugar foi transformado em uma Capela para São Benedito, padroeiro do folguedo. Feito que foi reconhecido pelo Prêmio Nacional Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como um ato de preservação e manutenção do patrimônio cultural brasileiro.

Com a ação de Carla, a Praça da Faustina ganhou novos sentidos. A capela que fica hoje sob sua responsabilidade, tornou-se palco para realização de diversas atividades sociais e culturais, como a oficina Mulheres que Dão no Couro, ministrada por ela.

Com encontros periódicos, a oficina apresenta às mulheres os fundamentos do tambor de crioula, desde o afinamento dos tambores, a salva à São Benedito, o movimento da dança e o toque da parelha de tambores.

A oficina além de promover o aprendizado e manutenção do tambor, oportuniza o encontro de mulheres de diferentes origens, com diferentes histórias, que dividem, nesse tempo-espaço da oficina, um momento de lazer, de troca, de conversas sobre os mais diversos assuntos, de forma natural e fluida, como a dança do tambor.

Hoje, Carla Coreira escreve sua própria história na cultura popular maranhense como fazedora e guardiã da riqueza que o tambor de crioula é. As oficinas normalmente são realizadas aos sábados, no período vespertino. Pelas redes sociais da Carla, pelo insta https://www.instagram.com/coreiracarla/ é feita a divulgação das oficinas. Acompanhem-na através de suas redes sociais. Viva a cultura popular. Viva a manutenção de nossa cultura pelas mulheres. Viva Carla Coreira. ASÉ!

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