A Rede Emaranhadas esteve presente, no último dia 22 de março, no evento Café com Mulheres, organizado pelo Conselho Regional de Psicologia do Maranhão – 22ª região, que promoveu um rico bate-papo sobre Psicologia, interseccionalidade: Construindo estratégias de enfrentamento às violências contra as mulheres.
Polyana Amorim, coordenadora de Comunicação, e Ana Lúcia Furtado, emaranhada de Tendal Mirim – Paço do Lumiar, representaram a rede, falando sobre o cenário de conflitos territoriais e o impacto na vida e saúde mental de mulheres defensoras do meio ambiente no Maranhão e o papel das Emaranhadas nesse contexto.
Também estavam presente na roda de conversa, as psicólogas Nelma Silva, presidente do CRP-MA, e Rogener Almeida, psicoterapeuta e analista existencial.
Para Polyana Amorim, participar de eventos como esse é aproximar o trabalho da rede de outros públicos. ” A gente consegue apresentar as Emaranhadas e promover diálogos da Rede com outras entidades, como o Conselho Regional de Psicologia, dando visibilidade, portanto, às pautas com as quais atuamos junto às mulheres”.
Na oportunidade, foi destacada a importância do cuidado com a saúde mental de mulheres que estão em posições de liderança, seja na zona rural ou zona urbana periférica, uma vez que elas vivem sobrecarregadas com demandas da vida pessoal/familiar e da vida comunitária e estão vulneráveis a diversos tipos de violência.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e que analisa registros policiais sobre criminalidade, constatou-se que em 2022, 1,9% dos casos de feminicídio e 3,3% das outras mortes violentas de mulheres no Brasil ocorreram em áreas rurais.
Ressaltou-se também a falta de acesso ao serviços psicológicos gratuitos e a própria falta de políticas públicas nesse campo, que valorizem os profissionais de Psicologia – em sua maioria mulheres – para que este serviço tenha um acesso mais democrático para as populações rurais e de periferia.
Mulheres que residem em regiões rurais tendem a buscar menos apoio para transtornos mentais em comparação com aquelas que vivem em áreas urbanas. Isso se deve em parte ao acesso limitado a serviços de saúde, incluindo os especializados em saúde mental.
O grupo cultural de cordelistas Jussara com Farinha, da APA Maracanã, encerrou o evento que também fazia alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 08 de março.