No último sábado, 27 de janeiro, o Casarão Reocupa foi palco do 1º encontro da Rede Emaranhadas, em 2024, e contou com a presença inspiradora de Anacleta Pires da Silva, liderança do quilombo Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru – MA), cujo relato de experiência trouxe luz às estratégias de manutenção dos saberes ancestrais e resistências no território.
Também presente, a professora da Universidade Federal da Bahia, Lucrécia Greco – que participou de outras atividades da rede – iniciou o encontro com um exercício de escuta atenta e ativa, explorando os aprendizados que podem ser extraídos desse processo.
Em seguida, Anacleta, que também é mãe de santo, com trabalho reconhecido na salvaguarda dos saberes afro diaspóricos, conduziu as participantes a uma reflexão sobre suas identidades, livre de títulos e cargos.
A troca de relatos desencadeou um diálogo sobre ancestralidade e a importância dos cuidados com o corpo físico e espiritual, ressaltando que o equilíbrio e fortalecimento emanam desses dois pilares fundamentais.
A presença de Anacleta na abertura das atividades da rede Emaranhadas foi motivada pela experiência e força que a mãe de santo tem dentro e fora de seu território. Coautora do livro “Terra de Encantados: a luta pela permanência no território quilombola Santa Rosa dos Pretos”, lançado em 2020, a líder é uma referência também na resistência e manutenção de sua comunidade como território livre e sagrado. Educadora popular, defensora dos direitos humanos e da natureza, Anacleta, nasceu no quilombo Santa Rosa dos Pretos e desde adolescente luta pela permanência e manutenção de seu povo no território.
O encontro no Casarão Reocupa foi mais do que um simples evento; foi um recomeço, pautado na celebração da resiliência, da cultura ancestral e do poder transformador das mulheres. A troca de relatos e vivências contribuiu para fortalecer laços, estabelecer compromissos e promover o acolhimento entre as participantes.
Salve a Rede Emaranhadas e suas mulheres!
Redação e fotos: Polyana Amorim
