A Rede Emaranhadas esteve em Brasília, de 15 a 16 de agosto, com mais de 100 mil mulheres participando da 7ª edição da Marcha das Margaridas, marchando pela reconstrução do país e pelo bem viver. Composto majoritariamente por trabalhadoras rurais, o evento busca dar visibilidade às pautas das mulheres do campo, das florestas e das águas.
No dia 15, as mulheres participaram de diversas atividades no Parque da Cidade e no dia 16 seguiram em marcha até a Esplanada dos Ministérios, com o objetivo de entregar ao presidente Lula um documento com 13 eixos necessários à manutenção do bem viver das mulheres do campo.
Entre as reivindicações da marcha estão a ampliação da participação das mulheres na política; combate à violência, racismo e sexismo; autonomia econômica; acesso à terra e educação; segurança alimentar; produção rural aliada à agroecologia e universalização da internet e inclusão digital.
O presidente Lula anunciou a assinatura de oito decretos que beneficiam trabalhadoras e trabalhadores do campo:
- Criação do Programa Quintais Produtivos para promover a segurança alimentar das mulheres rurais;
- Retomada da Reforma Agrária com atenção a famílias chefiadas por mulheres;
- Instituída uma Comissão de Enfrentamento à Violência no Campo;
- Criação de Grupo de Trabalho Interministerial para construir o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural — que oferecerá serviços públicos para a população jovem da agricultura familiar e ampliação das oportunidades de trabalho e renda para esse público;
- Programa Nacional de Cidadania e Bem Viver para as Mulheres Rurais com a retomada do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural;
- Criação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios;
- Retomada da Política Nacional para os Trabalhadores Empregados, para fortalecer os direitos sociais desses operários;
- Retomada programa Bolsa Verde, que permite pagamento a famílias de baixa renda inseridas em áreas protegidas ambientalmente.
Vale lembrar que a Marcha das Margaridas faz alusão à Margarida Alves, liderança campesina que foi assassinada há 40 anos, por sua luta por melhores condições de vida e trabalho à população do campo.