Seguindo com os encontros nas comunidades da região metropolitana de São Luís (RMSL), em busca de mulheres protagonistas a partir de ações coletivas que mobilizem outras mulheres em suas comunidades, o projeto Emaranhadas foi na comunidade rural de Tendal Mirim, em Paço do Lumiar, há 26 km da capital maranhense para visitar D. Ana Lúcia.
Dona de uma casa cheia de plantas e árvores, Ana Lúcia nos recebeu com o mesmo carisma de sempre. Ela vive na comunidade há muitos anos e vem realizando um trabalho de fortalecimento dos moradores e moradoras na compreensão e luta pelo direito à terra e ao trabalho digno.
Desde 2014, Dona Ana e a comunidade lutam pela permanência no local. Ela buscou munir-se de informação e aliados para permanecer na terra em que nasceu e onde criou seus filhos. São quase 200 famílias que estão sob ameaça de despejo, na incerteza de continuar ou não no território.
Além da questão da regularização fundiária, a comunidade ainda sente abandono pelo acesso a serviços básicos de saúde, como a ausência de uma maternidade no município.
“Aqui não nasce gente, só morre”, disse Ana Lúcia durante encontro realizado no dia 08 de janeiro. Depois de mais de 20 anos sem maternidade, somente agora, dia 14 de janeiro é que o Paço do Lumiar voltou a ter uma maternidade.
Ana Lúcia já presidiu a Associação dos Produtores Hortifrutigranjeiros de Tendal-Mirim e hoje, mesmo fora do cargo, segue mobilizando a comunidade em prol do coletivo.