Abraços calorosos e muito receptivos foram o tempero da chegada no Sítio Raízes, propriedade da Dona Lucimar, localizado na comunidade de Aldeia Velha, pertencente ao município de Pirapemas.
Com plena convicção sobre o que ser mulher e negra, a anfitriã recebeu as quatro integrantes do projeto Emaranhadas com muita efusividade. A casa de barro, como muitas naquela região, tornou-se sede das atividades do projeto durante dois dias e acolheu mulheres com simplicidade e vontade de partilha.
Dona Lucimar é natural de Vargem Grande, mas vive em Pirapemas há 16 anos, onde logo criou fortes vínculos ao integrar movimentos como o Guardiãs da Semente e Guerreiras de Resistências, este último vinculado ao Moquibom (Movimento Quilombola do Maranhão).
Apaixonada por plantas, Dona Lucimar ostenta uma coleção de diversas espécies entre árvores frutíferas e plantas ornamentais, além das ervas medicinais, das quais cuida com muito amor e, segundo ela, são a primeira coisa que gosta de ver quando chega em casa.
A paixão pela floresta é tamanha que Dona Lucimar se considera casada com a natureza há 27 anos, relação firme e duradoura que ela mantém na rotina com pequenos atos de sustentabilidade e preservação do meio ambiente, como não consumir descartáveis e gerar a menor quantidade de lixo inorgânico possível, entre outras atitudes. Já os lixos orgânicos viram adubo ou alimento para os animais que ela cria no sítio.
Após dois anos de pandemia, receber mulheres (muitas conhecidas de longa data) em sua casa foi um momento de celebração da própria vida, de ver que estão todas bem e seguindo, apesar dos contratempos com a saúde coletiva e com a luta pela terra que se faz presente naquela região.